terça-feira, 14 de maio de 2024

#255 – OZ 70 – 09/05/2024

Presentes: Adolfo, Cabeça, Cid, Hiã, Pedro-san
Sugestão: Cid
Quando lá, comer: bolinho de pepperoni

O OZ 70 fica em região nobre da cidade, o Ahú. Ali, Cabral, Juvevê, Ahú, tudo se confunde, aquela região perto do museu do Olho. O nome da rua é Francisco de Paula Guimarães, e pra chegar lá a rua mais referencial que tem ali é a Alberto Folloni, aquela que corre o topo do morro e desce pros dois lados chegando ao museu do Olho de um lado e a canaleta do expresso do outro lado. Indo pela Alberto Folloni, da esquina do Muffato você conta 3 ruas e vira à direita, e o boteco estará logo ali do lado esquerdo – se você chegar num posto Ipiranga na Alberto Folloni você passou onde tinha que virar. Mas isso aqui não é Sum Paulo, então é só virar a próxima à direita e à direita de novo que você volta – leve isso pra vida, se você tiver na pista da esquerda e inventar de virar à direita de repente, não seja egoísta de cruzar a avenida toda parando os outros carros pra virar já, siga reto com segurança e vire à direita quando puder, aí volta o que precisar. Enfim, lição de moral à parte, até que é fácil ir de busão ali, dá pra descer do vermeião na estação tubo Moisés Marcondes e andar algumas quadras na região que é bem tranquilo, ou pegar o prateado e descer no olho.

Em meio às arvoros

O OZ 70 na real era um botecão já nas antigas, mas muito mais estilo de véio, só pros nativos do bairro, uma venda de birita só, e fechou durante a pandemia como todos os lugares do planeta. Não conversei com ninguém ali pra saber as história, mas tem uma morena gatinha que porta-se como a dona do lugar (pena que fuma), quem sabe tenha comprado o bar dos donos véios anteriores ou talvez herdado o lugar, resolveu botar ordem na bagaça e fez um boteco bem caprichado. O cruzamento das ruas arborizadas do interior do Ahú é um ambiente excelente para uma botecada num dia de calor, no deque externo do boteco. Se tiver frio ou ventoso já é mais chato, mas tem um espaço interno agradável, mesmo sendo um pouco menor. No ambiente interno as paredes são de tijolinho moderno pra disfarçar a barateza, e isso é prova de como a iluminação é importante, mesmo não tendo nada de mais na decoração do lugar é mó bom de ficar ali dentro. Mas a gente ficou do lado de fora, tomamo um ventinho chato e o Hiã passou frio e se enrolou na bandeira, enquanto demais estavam corretamente agasalhados de leve. Enfim, os atendentes são atenciosos mas às vezes não prestam atenção que a gente tá precisando de atenção do lado de fora, mas tudo bem. A birita vem rapidão, a comida demora um tanto, mas depende da comida solicitada.

Lá dentro (ignorem o cara de camisa roxa)
Lá fora. Esqueci de tirar a foto no começo. Imaginem mesas de madeira espalhadas
Comes
Bebes
Só ofereceram este cardápio no final. Se não vier, peçam

OK, a comida do boteco é bastante top. Pelo que a moça atendente falou, o cardápio tinha acabado de ser atualizado com porções novas, e é claro que pedimos o que tinha de mais diferente – algumas das porções era a primeira vez que estavam fazendo no bar, que honra. O top das galáxias foi o bolinho de pepperoni, que é lotado de cheddar, gorduroso delícia. Pedimos o camarão grelhado, vem mergulhado num óleo temperado e contém pedaços de palmito refogado, bastante bom. A alcatra na chapa fez sucesso com os caras mas não comigo, não achei nada de mais, mas a carne estava boa sim. A tilápia fez sucesso comigo mas não com os caras, acho que eles estavam na expectativa de uma porção mais gordurenta e veio sequinho, mas ainda macio, recomendo. O bolinho de siri tava ruinzinho, uma massa meia boca, seria legal se concentrassem o siri no meio do bolinho em vez de misturar na massa. Gostaria que tivesse mais gente para pedirmos mais porções, mas foi o que deu. A seleção de bebidas engarrafadas é OK, várias formas de cerveja convencional e poucas biritas de boteco, mas a seleção de drinks é bem interessante e usa ingredientes de boa qualidade. Comemos camarão, siri, drinks de boa qualidade, é óbvio que saiu caro, mas não fico triste de pagar por qualidade.

Ó a selfie do Cabeça

Bastantes ausências aqui neste boteco, alguns faltam para ajudar as vítimas do RS, outras são vítimas de óbitos familiares, e tem os que faltam sem justificativa, aqueles que devem ser zoados na mesa e a posteriori. De qualquer forma, os que se apresentam no direito semanal à desforra aproveitam o que a botecância tem de melhor, bates papos, comes e bebes. O pessoal tava meio de mau humor, sei lá, energias ou o ventinho chato, mas a conversa na mesa era única e concisa, como uma roda de discussão de pesquisa e desenvolvimento, não como o programa Roda Viva entrevistando político (sei lá se ainda é gritaria como eu lembro que era). O boteco fecha cedo, 21h30 já tão passando dizendo pra pedir as últimas coisas que a cozinha vai fechar, mas não impedem se você for ficando. O pessoal torceu o nariz de sair cedo, mas não foi a última mesa a ser abandonada (foi a penúltima), e no fundo todo mundo é véio e fica feliz de ir dormir. Cheguem cedo e aproveitem ao máximo a fina boteconomia.

segunda-feira, 6 de maio de 2024

#254 – Armazém do Espetinho – 25/04/2024

Presentes: Adolfo, Bráulio, Cabeça, Cid, Pedro-san, Tanaka, Tony
Sugestão: Pedro-san
Quando lá, comer: espetinhos

O Armazém do Espetinho fica no Xaxim, numa via quase rápida, chamada Barão de Santo Ângelo. Funciona assim: via pela linha verde sentido Fazenda Rio Grande, e quando estiver chegando no Max Atacado, você vai passar por um posto Ipiranga. Na real você quer virar à esquerda, então você pega a próxima à direita e vira à esquerda duas vezes, tá ligado? Ali já é a tal Barão de Santo, bem larga a avenida. Segue por ela umas quinze quadras, e a rua de repente vira à esquerda. Quando for virar à esquerda, estica o olho ali do lado esquerdo, é ali o bizu. Tem uns busão laranja que para ali perto, mas não sei o detalhe.

Olha aí, não deixe passar

O Armazém do espetinho pode ser considerado um bar, mas tá mais prum restaurante familiar na real. Tem gente de tudo que é idade lá, mas eles querem porque querem se identificar como boteco, então botam umas placas de boteco e decoração que tornam o ambiente um fuzuê. Na real o lugar é meio que pequeno, mas eles socam as mesas bem pertinho uma da outra pra caber mais gente, tem um astral de galpão lotado a noite inteira. Tem dois salões, um na frente todo envidraçado que é simpático pra assistir ao movimento da rápida, e outro mais pro fundo que é o lugar provavelmente que você vai achar espaço pra ficar; este segundo salão tem um monte de placa de decoração, passando um ar bagunçado – a sensação de lotação completa reitera essa ideia. O bom é que tem bastante atendente, não sofremos muito para chamar garção. Fomos bem tratados sim, e a comida demora um pouco (a birita não).

Salão da frente. Entrada pela direita, onde diz "entrada"
No salão da frente, no cantinho, ali que sai os espetinhos
Salão de trás
Comes 1
Comes 2
Bebes

O cardápio tem uma variedade legal de opções de comes. O principal que está na primeira página e no nome do lugar é o espetinho, e essa é a recomendação, bem bom – só o de camarão a gente achou meia boca, ele é frito e fica meio gordurento, mas xixo, queijo, pão de alho, coração, muito bons. Pedimos poucas porções, não agradaram. O torresmo é só gordura, ainda fosse o pururuca baconzitos ficava melhor. A batata frita era meio sem gosto... e o tal gordelícia, prato do festival do “comida di buteco”, bem ruinzinho – frango gordurento, bacon mole e molho branco insosso. Pra beber, cervejas convencionais, caipirinhas e gin tônica de baixa qualidade. Nos deixamos levar pelo double de caipirinha às quintas feiras (somente limão e morango), mas se você não fala nada eles fazem de 51, ruim paca. Se você pedir fazem de velho barreiro, que é o melhor que conseguirá. Não temos muitas reclamações quanto ao preço, mas o produto poderia ser melhor.

O salão já mais tranquilo e a turma ali viada... um look na poluição visual das paredes

Apesar da posterior má impressão generalizada dos consumíveis, o lugar bomba bastante, e foi difícil achar lugar já às 19h da quinta-feira. Tinha uma confraternização no salão da frente, e rolou até o parabéns da Xuxa. O lugar fica aberto até tardão, e mais no fim da noite abre uns espaços no bar, fica mais tranquilo. O pessoal foi chegando de conta-gotas e ocupando a mesa, e vinha cada vez mais caipirinha, a partir do terceiro double já demandando-se o velho barreiro. Bebemos e gritamos bastante, e nem assim incomodávamos os arredores, era o volume padrão da casa. Apesar de tudo, ficamos instalados até altas horas contando lorota, como um boteco deve ser, então é um boteco e a botecagem foi feita no final das contas.

terça-feira, 23 de abril de 2024

#253 – Bedin – 11/04/2024

Presentes: Adolfo, Bráulio, Cabeça, Cid, Deco, Flávio, Pedro-san, Tony
Sugestão: Hiã
Quando lá, comer: porções de boteco. Leve uma galera

O lugar se chama Bedin Bar, Café e Restaurante, e é tudo isso mesmo. O lugar é Rebouças, perto da entrada principal da PUC, e sugiro ir de Uber... mas se quer guiar o Uber, sugiro que você vá pela João Negrão partindo do centro, e na hora que chegar no Teatro Paiol, vira à esquerda na Guabirotuba. Logo na primeira esquina você vira à direita, a rua se chama Reynaldo Machado, aí anda duas quadras e o boteco fica na esquina do lado direito.

O esquinão

Bom, o boteco fica bem pertinho da PUC, e tem sim um astral de bar universitário. Mas o lugar é grande, e acomoda qualquer tipo de gente. Do lado de fora, mesas de prástico pro universitário. Do lado de dentro, um ambiente mais arrumadinho, mesas de mármore com cadeiras de metal pras famílias fazerem uma refeição sossegadas. Tem cadeiras altas no balcão pra quem quer bater papo com o dono e se sentir um véio botequeiro nativo. Um buffet de almoço para os trabalhadores da região. Iluminação caprichada, mas sem frescura. E quem tem medo por alguma questão de segurança da região, o bar é convenientemente envolto por uma grade de proteção, ela cumpre sua função sem te fazer sentir preso, funciona mesmo. A comida e bebida demoram um bom tanto pra vir, mas é porque parece que só tem um cara atendendo as mesas e montando os drinks na quinta. Esteja preparado.

Uma geral do ambiente de fora
Lá dentro, mais arrumadinho, lembra um café mesmo
Buffet do almoço
Porções mais completas
Sandubas
Etc e começo de biritas
Variedade top de biritas
As birras
Não deixe de esticar o olho nas prateleiras do balcão!

O grande atrativo do lugar, fora o climão botequístico, é a variedade nas comidas e bebidas. O cardápio é imenso, só as fotos que tou botando aqui já tem prato a rodo, e nem tou colocando o cardápio inteiro porque achei que ia poluir demais aqui o site, ou talvez seja preguiça mesmo. As porções são bem generosas, por isso melhor ir com uma galera faminta – o ideal para um grupo ogro como nosotros. Comemos batata, asinha de frango, pastéis, chapa de coração, tilápia, carne de onça, torresmo de rolo, nada de qualidade muito excepcional mas nada decepcionante, satisfação plena. Carta de drinks e biritas bastante generosa em variedade também, e se você ainda quiser alguma coisa fora do cardápio, você pode pedir e o home faz. O balcão tem biritas das mais fulêras às mais caprichadas, mesmo com o cardápio imenso não deixe de dar uma bizoiada. Todo o acima com preço bastante justo. Custo benefício reina nesse estabelecimento.

Esses perdido aê, universitário não tem ninguém mais

Claro que com um cardápio desse, a turma não se segurou, e até rolaram alguns protestos quando pediram a sétima, oitava e nona porção na mesma investida do garção, pensando eu que não haveria estrombo pra tanta gordura. Tal foi minha surpresa que no final de tudo os pratos estavam limpos – bom, engordurados, mas vazios. A galera fez um empenho extra pra consumir toda essa carga... ou não, eu diria que foi algo natural. Outros clientes não pareciam se importar com a bagunça que fazíamos do lado de fora do bar, mas também, todo mundo sabe que é um boteco de universitário e estavam em suas próprias bagunças, de forma contida, sem música ao vivo. O dono é bem gente boa e bateu um papo conosco quando fomos acertar as contas, dando as boas vindas ao conceito da confraria e fazendo aquele networking. E assim expandimos nosso menu de botecos firmeza.

terça-feira, 16 de abril de 2024

#252 – Santa Bera – 28/03/2024

Presentes: Adolfo, Cabeça, Cid, Gabs, Flávio, Hiã, Tony
Sugestão: Flávio
Quando lá, comer: batata frita com queijo e bacon (sim)

O Santa Bera fica no Bacacheri, naquele trecho entre a México e a Nossa Senhora da Luz que antecede a Ernesto Gaertner. O nome da rua é Colômbia, bem a meio caminho entre a rua que vai pra Salete e a Erasto, e você acessa tanto pela México quanto pela Nossa Senhora da Luz, claro, ali as ruas transversais são de 3 quadras só. O tubo da rua Holanda fica uma pernada de distância, mas andar é saudável.

Nas transversais do Bacacheri

O Santa Bera é um boteco sem muita frescura, que compreende um deque externo (claramente o melhor ambiente) e dois salões internos menores. Do lado de fora a parede é decorada por um grafite modernoso bem interessante. Os salões internos não tem decoração quase nenhuma, mas a simplicidade acaba sendo atraente também. No dia que fomos tava rolando um jogo do Palmeiras, e parece que o dono é palmeirense. Procurei aqui e era contra um tal novorizontino, semifinais do paulistão e sei que lá, ganharam de 1 a 0. O bar estava agitado mas não chegava a atrapalhar muito o bate-papo. A comida demorou um bom tanto, mas a turma se distrai. Os atendentes são bem legais e demonstraram curiosidade com a bandeira da confraria.

O ambiente claramente mais interessante, do lado de fora
Pra fugir do frio, fica no amarelão
Dá pra largar as cria no Youtube se ficar no último salão
Comes
Bebes

Pra comer... opiniões divididas. A batata com cheddar e bacon, a turma falou que é uma das melhores senão a melhor já consumida na confraria, o que é forte. A tilápia dividiu opiniões, tinha pedaços suculentos e pedaços secos, mas estava acompanhada de batata lemon pepper bem boa. Dadinho de queijo bom, frango OK. O bolinho de carne estava congelado por dentro, terrível. Falta de constância de qualidade. A carta de drinks é interessante, não tem uma grande variedade mas satisfaz aos apreciadores de destilados com os drinks tradicionais, mas a turma em geral foi na Original. O preço é na média, talvez um teco acima, então o nível de satisfação permanece.

Os bebedores de plantão

Tinha toda uma torcida organizada no bar, e dentro dela um peão mais exaltado que andava nervosamente pra lá e pra cá e gritava alto conforme as jogadas se desenvolviam, comportamento interessante de observar. O Tony é palmeirense e participou discretamente da torcida, de forma civilizada como é o correto. O pessoal ficou numa mesa com bancos sem encosto, arquitetonicamente legal, mas os home ficavam trocando de lugar pra ficar no encosto ou escorados nas paredes, bando de véio (eu incluso). Gabs estava em território nacional e participou das discussões sem fundamento nem conclusão, que é o objetivo do encontro. Na saída, rolou um networking com os donos do bar, e provavelmente uma relação saudável se desenvolve nas redes sociais neste momento.

quarta-feira, 27 de março de 2024

#251 – Old Bar Brasil – 14/03/2024

Presentes: Adolfo, Bráulio, Cabeça, Cid, Flávio, Hiã, Pedro-san, Tanaka, Tony
Sugestão: Cid
Quando lá, comer: pão com pernil

O Old Bar Brasil fica no bacacheri, no mesmo endereço onde ficava o base 407 quando o avaliamos como melhor boteco de 2016. A rua é a paralela à Fagundes Varela junto à parte de trás do aeroporto Bacacheri, se chama... Paulo Idelsfonso Assunção. A via de acesso fácil é a Fagundes Varela mesmo, vai por ela até perto da linha verde mais ou menos, e quando chegar no posto ipiranga vira à esquerda. Da esquina seguinte você já vai enxergar o bar no meio da quadra transversal à esquerda.

Aquele xquema, rua tranquila do bairro

O Old Bar Brasil busca se apresentar com capricho, ambientes distintos com decoração diferenciada, mas a gente sente o espírito botecão rondando o ambiente (digo, de uma maneira boa, não mal assombrado). Claro que pelo clima botecal o melhor ambiente é a calçada, principalmente nas noites de calor que temos tido, as mesas de madeira e a rua tranquila são muito atraentes. Lá dentro, como mencionado, três ambientes bem diferenciados, cada um com um estilo de mesa inclusive: requintado/disco, carnavalesco/boteco e kitsch/romântico. Nem adianta descrever, olhe aí as fotos e tire suas conclusões. O ruim é que não tem música diferente em cada ambiente, é uma só de gosto duvidoso. O ambiente de entrada tem um palquinho, então veja se tem música ao vivo antes de ir.

O ambiente requintado/disco
O ambiente carnavalesco/boteco
O ambiente kitsch/romântico

Quem atende no boteco é o seu Acyr e sua nora Rosemery (tou chutando o jeito que escreve), e originalmente o lugar sempre foi propriedade do seu Acyr. Mas enquanto ele trabalhava no banco (era? ou emprego similar) ele alugava o lugar pra Bia do Base 407. Quando se aposentou, tomou as rédeas do estabelecimento e fundou o Old Bar, que apesar de não ter a idade da placa (1945, como a bomba atômica), fica numa casa bem antiga. Ele explicou como o pai dele lidou com a guerra e arrumou o lugar, mas eu não gravei direito, já estava embebedado. O atendimento é muito personalizado, seu Acyr é uma figura e a Rosemery muito eficaz, eles só atendem o boteco em dois mesmo. Não sei se era pelo bar estar tranquilo, mas a comida não demorava não.

Seu Acyr lá no balcão
As opções

Em relação à comida, por sinal, o cardápio é enxuto, o que faz sentido porque só tem duas pessoas trabalhando. A gente comeu tudo que tem ali, mais uma porção de coxinha que não tinha no cardápio, e a recomendação é o pão com pernil, bem bom. Tão bom que acabou rápido. Aí sobrou o bolinho de carne, é ok. O resto é tudo fritura congelada, pouca variedade, aí não tem muita graça. Biritas também têm pouca variedade, cervejas convencionais, algumas biritas de boteco e caipirinhas para cobrir as necessidades. Tem dois drinks pra dizer que tem, o cabeça pediu o tal fusca azul só de zuêra, e a história é bem interessante, foi inventado da Rosemery numa festinha de 15 anos que queriam um drink azul, ela aceitou o desafio e virou item do cardápio, e dá-lhe curaçao, é claro que é bastante meia-boca, o que esperar? Se quiser uma brincadeira tá lá. O preço é justo, talvez um pouco abaixo da média que costumamos pagar por aí.

Meus botecários

E é claro que por ter o ambiente externo e um puta calor na quinquagésima sexta onda de calor do ano, sei lá, a gente curtiu bastante a rua e ficava fazendo algazarra quando um carro batia o fundo na lombada que fica bem em frente ao boteco. Seu Acyr ficou animado que havia surgido um bando de jóvis pra bagunçar no boteco dele, resgatando as saudáveis tradições brasileiras de antigamente, e voltemeia ele dava uma passada na mesa pra contar uma história, muito divertido. Falaram de putaria, pobremas, estatísticas e esportes, casa nova, e a mesa foi crescendo até atingir um belo coro de peão fedorento. O seu Acyr acompanhava cada peão que chegava e cumprimentava, ele e Rosemery sempre disponíveis para as necessidades da mesa. Ele falou que apesar do cardápio ser enxuto, ele pode fazer o que a gente quiser, é só avisar de antemão, então fica a dica. É o tratamento camarada de dono de boteco que fazia as gerações antigas felizes.

terça-feira, 12 de março de 2024

#250 – Ite’s Bar – 29/02/2024

Presentes: Adolfo, Bráulio, Cabeça, Cid, Flávio, Hiã, Pedro-san, Tanaka, Tony
Sugestão: Adolfo
Quando lá, comer: a tilápia e o frango tavam bons

O Ite’s Bar fica no Cajuru, na borda mais próxima ao Jd Botânico. Pra chegar lá, você pega a Getúlio Vargas até o final, ela cai no Botânico. Aí você pega a esquerda e margeia o Botânico até passar por debaixo do viaduto da Linha Verde. Seguindo reto e passando o sinaleiro, vira a primeira à direita no posto Shell, é a rua Luiz França. Terceira quadra do lado esquerdo tá ali o botequim. A linha Centenário/Campo Comprido passa bem pertinho ali, só tem que contornar o trilho do trem – a estação é Delegado alguma coisa, deixa eu ver aqui... Amazor Prestes.

Rua sossegada do bairro

O Ite’s Bar é um boteco de bairro sem frescura nenhuma, mas ao mesmo tempo é ajeitadinho, não dá pra chamar de fulêro não. Tipo, não tem grandes decoração, guardam a escada atrás do caixa, tem umas fotos e uma placa do Paraná Clube, mas a iluminação não é a lâmpada fluorescente de hospital, é um troço que faz você querer ficar mais tempo porque é agradável. Tem umas cordas e treliças no teto, dá um charme ao botecão. O próprio Jorge Ite atende aos presentes, assim como uma moça muito eficaz que eu devia ter perguntado o nome, que eu não vou chamar de esposa do Ite porque daí eu estarei propagando estereótipos de segregação de gênero, mas que parece parece. Mesas de madeira, ambiente limpo, atendimento simpático mas sem bajulação. O ambiente é repleto de nativos do bairro, com direito a mesa de carteado no salão de dentro, mas nove horas o pessoal começa a ir embora já. A comida não chega a demorar muito também.

Ambiente externo. A proporção dessa foto tá errada pro resto do brogue mas eu quis manter essa foto porque tem o Ite atendendo a mesa e o desenho do Ite na parede do fundo, é top
Drento
Cardápio tem que começar com beras e senha do uai-fai
Mais bebes
Comes só tem uma página

O cardápio do Ite’s é um exemplo de botecagem também. Boteco tem que ter comida de boteco, e tá aí, fritas, frango, bolinho de carne. A tilápia e o frango tavam bem bons, o bolinho de carne também. O rambinho não tinha, era pra ser bolinho de carne seca. Pastel, calabresa e o torresmo de rolo oquei, somente. Na real o prato que eu mais gostei foi a dobradinha, mas acho que se eu recomendar ao público o público deixará de visitar este brogue, mas pra quem gosta fica a dica. De biritas, seleção igualmente botecal – cervejas convencionais e destilados de boteco a preços bons, caipirinhas e cervejas foram consumidas. Fazendo a correta proporção de quantidade x qualidade, o preço fica simpático também – a não ser que você faça parte de um grupo de ogros malcheirosos.

Os caboco comemorativo

A confraria do boteco está de parabéns por celebrar um quarto de milhar de encontros nesta noite caliente de 29 de fevereiro de 2024, ano marcadamente bissexto. Pra você ter noção, o próximo 29 de fevereiro que cai numa quinta é em 2052, e eu nem sei se cai na quinzena da confraria, fiquei com preguiça de calcular. Mas fiquem ligados no brogue e descubram daqui a 28 anos se deu certo. Enfim, um ótimo lugar para bebemorar esta data importantésima em nossas vidas, visto que segue a cartilha do ambiente icônico que deve ser o boteco brasileiro, com um clima muito bom que aproveitamos paca. Consumimos muito bem, talvez incomodamos o Ite e a senhora até tarde, mas pelo menos pagamos bem a ponto de falarem pra voltarmos sempre. Erramos a conta porque eu estava bêbado, mas no fim deu certo e a gente fechou o boteco.

domingo, 25 de fevereiro de 2024

#249 – O Taberneiro – 15/02/2024

Presentes: Adolfo, Adriano, Bráulio, Cabeça, Cid, Flávio, Hiã, Pedro-san, Tanaka, Tony
Sugestão: Cid
Quando lá, comer: o salsichón porque a gente é das antiga

O Taberneiro fica na Dom Pedro I, aquela do Água Verde, não do Bigorrilho que essa é a Dom Pedro II, ainda bem que só tem dois pra não confundir mais. Enfim, vocês devem ter uma ideia de como chegar lá, com via de acesso principal pela Ângelo Sampaio, indo embora e passando a Rua Chile, anda mais um bom tanto, curva e descidão, e quando sobe um morrinho vira à direita na Dom Pedro, ficando logo na segunda quadra do lado direito... ou vindo pela rápida do Portão sentido Portão e virando e se entremeiando por ali, não sei direito em qual vira. O que importa é o ponto inconfundível do vermelhão, Dom Pedro I, e atravessando umas 6 quadras nela você chega ao boteco.

A frente do bar tá assim

O Taberneiro fica onde ficava o Empório Aufenhaus por muitos anos, sendo este inclusive o último boteco da confraria antes da pandemia, lembranças felizes e tristes ao mesmo tempo. Claro que a pandemia deu uma chacoalhada na cena botecal curitibana (e quiçá mundial), e o Empório Aufenhaus ficou fechado por bastante tempo. Depois da pandemia, o dono Fernando tomou a corretíssima decisão de voltar com o boteco, mas imaginou que o Empório não fazia tanto sucesso talvez pelo tema alemão, então resolveu reformular e reformar o local, e chamou de Taberneiro. Era bom antes e continuou bom após a reformulação, inclusive não parece que mudou muita coisa... Neste bar não tem muita frescura não, as mesas são de madeira meio rústica, a iluminação agradável fazendo você querer ficar mais lá, e a decoração acaba ficando por conta de duas prateleiras próximas ao teto contendo latas de cerveja do mundo (vazias, espero) e uma TV back-to-back bem no meio pra otimizar os visualizadores, onde rodam esportes. Fora isso, quem atende é o próprio dono Fernando (pelo menos era ele pessoalmente naquela quinta de carnaval), e trata a gente muito bem. O boteco tava vaziozão, mas mesmo se tem mais gente a comida não demora muito.

Essa é a parte de dentro, e é isso
Do outro lado pra você ver que não estou mentindo
Antigamente tinha umas mesas aqui... espero que o Fernando resolva trazê-las de volta
Comes
Drinks
Os chopes do dia

A comida do Taberneiro inclui as costumeiras porções de boteco, mas inclui uma porção de salsichón alemón, quem sabe a preferida dos antigos clientes do estabelecimento, e realmente é uma das porções mais topson. Comemos todas as porções no fim das contas, se destacando além do salsichón o contra-filé e a carne de onça. Asinha de frango também é boa, e o torresmo recomendamos pegar em outros botecos mais especializados no assunto. As bebidas são muito bem selecionadas, com um conjunto de chopes on tap e uma seleção de cachaças excelentes. O cardápio também inclui drinks básicos, mas muito bem escolhidos e executados, gostos refinados para biritas. O preço tá legal, não chega a assustar – vai da escolha do combo que lhe adequa e da quantidade de álcool ingerida.

Mesa lotada e feliz!

O Taberneiro é uma ótima escolha prum boteco de happy-hour ou qualquer hora assim, porque ele costuma ser tranquilo de movimento, a música é boa e não atrapalha o papo, a comida é boa e a birita muito bem selecionada, e o Fernando trata a gente muito bem. Neste encontro tivemos presença massiva de todos os confrades possíveis que moram em nosso país, então todos aproveitaram as vantagens deste boteco, e o Fernando ficou feliz de ter aberto o bar na quinta de carnaval, pagamos a noite. A TV passa NBA e o conforto é exemplar. Gentileza conhecer.