terça-feira, 30 de setembro de 2025

#289 – Armazém Santos – 28/08/2025

Presentes: Adriano, Cabeça, Cid, Tanaka
Sugestão: Cid
Quando lá, comer: bolinho de carne

O Armazém Santos fica no São Braz, lá pras banda de Santa Felicidade, em frente ao clube Três Marias. Bom, pra quem é da cidade já tá fácil... Pra quem não é, a rua de referência de acesso é a Toaldo Tulio, que vindo do Barigui o acesso é pela BR277 sentido Ponta Grossa, vindo da Manoel Ribas é lá pela igreja perto da rua de paralelepípedo dos restaurantes. Mais pras banda da 277, a Toaldo Tulio tem uma derivação rumo ao Três Marias, o nome da rua é Três Marias também. A rua tem um descidão com curvas, onde ficava o antigo Armazém Santos, sempre com uma multidão esparramada pela calçada, e depois tem uma subidona – o boteco atual surge do lado esquerdo, amarelão, depois do Celeiro e em frente ao clube, difícil de perder. O busão pra chegar ali é o verdão, interbairros IV, baldeável no terminal de Campo Comprido.

O amarelão do Três Marias

O Armazém Santos é um bar estilo armazém, como diz o nome, e conta com uma porrada de itens “vintage” de mercados de pulgas, ou objetos que tinham na casa da vó e quem teve visão de futuro não jogou fora. No salão principal, ao redor das várias mesas de madeira pesada (pra não dizer maciça, não confundir com madeira de lei), você encontra tevês e rádios velhos, bicicletas e acessórios de carros antigos, chapéus e canecas, tem até uma cadeira de barbeiro das antigas. O que chama mais a atenção é um orelhão com o símbolo da extinta Telepar, mas o que tá escrito é Telebar, e tem um telefone de cartão dentro... lembra desses? Interessante que com tanto bagulho, o bar não tenha cheiro de naftalina – inclusive, o ambiente é limpo e muito agradável, tanto pela iluminação bem pensada, passando pelo roque clássico a volumes tranquilos, convidativo ao bate-papo, e chegando ao tratamento do CPT. O dono se chama Leandro, e pelo que entendi ele é irmão do Jean, dono do bar Garagem que fica na 277, e igualmente fã de carros antigos. Leandro é muito gente boa, daqueles peão que tem assunto infinito pruma conversa, nascido e criado no Mossunguê / Orleans, e trata todo mundo que entra como se fosse da família. Certamente é por isso que as vagas mais concorridas no bar (pelo menos à noite) são junto ao balcão, na frente do estabelecimento, estando também ao alcance das geladeiras de bebidas e da máquina de chopp. O horário do bar é de quarta a domingo, sendo de quarta a sábado às noites e fim de semana no almoço – mas fique ligado, o astral é de boteco de bairro, e se o movimento tá pobre demais, Leandro pode fechar o bar a qualquer hora, possivelmente por isso que ele não coloca no Maps nem no Insta o horário de funcionamento. Leandro atende pessoalmente o povão, e tem duas senhoras para ajudá-lo na cozinha, mas o bar fica bem movimentado, então não espere um atendimento super eficaz.

Ambiente vintage
Bagulho pra tudo que é lado
No andar de baixo tem um presídio pra largar as cria (desculpa LGPD, devo apagar as caras das crianças?)
O balcão bombando com o Leandro bem loco
Geladeira de armazém gurmê
O cardápio

Acredito que o Armazém Santos seja mais conhecido pelos almoços de fim de semana, pelo menos as fotos do Insta mostram que o bar bomba de verdade durante o dia. Durante a noite, os nativos costumam ir pra tomar uma, então o cardápio é bastante enxuto. Comemos meio que tudo que tinha de porção, batata e polenta, calabresa, alcatra acebolada na chapa com provolone, nada memorável mas bom. Pão com bolinho bom. O que mais agradou foram os bolinhos de carne suculentos. De bebes, uma boa variedade de cervejas convencionais e biritas de boteco, o Leandro faz caipirinha também, nada muito elaborado, astral armazém, mas atende plenamente às necessidades etílicas. Preços ficam em uma média saudável, não há abuso.

Nobres que priorizaram o boteco

Fiquei com medo de não abrirem no dia do boteco, não tinha nenhuma indicação de horário de funcionamento... fui lá no dia anterior e já aprendi a história de vida do Leandro, um bate-papo muito agradável, com participação de nativos da região e até o veinho vendedor de tele-sena do bairro. O boteco sendo longe pra burro do centro, um monte de gente afrouxou, falta de empenho... Mas estiveram firmes Tanaka, Adriano e Cabeça. O ambiente é muito tranquilo e familiar, comida boa, o Leandro é muito simpático, seria um boteco perfeito... porém... nossa experiência não foi sem revezes. O astral de boteco de bairro vai longe, então sentimos falta de alguma gestão e procedimentos para um sucesso completo do estabelecimento.

O Leandro estava absolutamente cercado de nativos no balcão, devia ter umas 20 pessoas, ele servindo birita e petiscos adoidado, então rolava uma demora para atender, tudo bem. Em certo momento, pedimos a tábua de alcatra colorida com provolone. Uns 10 minutos depois, Leandro vem e fala que a alcatra não está colorida, pois não tem pimentão. Ótimo, pensei, a única comida que não gosto, manda ver, OK. Tudo beleza. Mais 10 minutos além, aparece a senhora da cozinha pra falar que a alcatra não está colorida, pois não tem pimentão. Ótimo, pensei, a única comida que não gosto, manda ver, OK, sensação de deja vu. A senhora diz que tudo bem então, estava esperando o Leandro confirmar que era mesmo pra fazer, e ficou por isso mesmo... a alcatra veio 40 minutos após o pedido original. Tudo bem, estava boa, os outros pedidos já tinham dado uma forrada no estômago, exceto para o Cabeça que chegou tarde, mas enfim. Dali a pouco passam as duas senhoras, boa noite, e saem do bar. Adriano fala, acho que a comida está indo embora. Perguntamos ao Leandro, a comida foi embora? E ele diz sim, a comida foi embora. Era 21h15, sem aviso prévio nenhum. Eu e Tanaka estávamos de boa, mas Cabeça ficou bem contrariado, com razão – avisar que a cozinha está fechando é básico. Tanaka já estava de saída cedo, então pagamos a conta, e fui com o Cabeça e o Adriano terminar de comer no Celeiro ao lado – e depois de pedir duas porções no Celeiro, o garçom veio e falou que a cozinha está fechando, desejam mais alguma coisa? Certificando que o Celeiro tem procedimentos adequados para o sucesso do estabelecimento. Garçom excelente por sinal, fico triste em ter esquecido do nome dele pois o elogiaria publicamente neste post.

Resumindo, o Armazém Santos é um lugar top demais, ambiente diferenciado, e vale muito a pena pegar um dia tranquilo pra bater um papo com o Leandro e tomar uma gelada – é um estabelecimento que dá vontade de não ir embora. Para ser perfeito, só falta mais um ajudante pra atender as mesas e um punhado de protocolos de atendimento. Por mais chato que soe, os clientes agradecem.

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